APORÉTICA DA TEMPORALIDADE E IPSEIDADE DESSOCORRIDA: RICOEUR CONTRA (E COM) PENSADORES DA ONTOLOGIA NEGATIVA

Publicado em 09/12/2024 - ISBN: 978-65-272-1033-7

Título do Trabalho
APORÉTICA DA TEMPORALIDADE E IPSEIDADE DESSOCORRIDA: RICOEUR CONTRA (E COM) PENSADORES DA ONTOLOGIA NEGATIVA
Autores
  • Vítor Hugo dos Reis Costa
Modalidade
Resumo
Área temática
Temporalidade e estrutura da ação voluntária
Data de Publicação
09/12/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://eventos.pucsp.br/anais/atelier-fonds-ricoeur/866389-aporetica-da-temporalidade-e-ipseidade-dessocorrida--ricoeur-contra-(e-com)-pensadores-da-ontologia-negativa
ISBN
978-65-272-1033-7
Palavras-Chave
Ricoeur, Sartre, Musil, Beckett, ipseidade
Resumo
Trata-se de um confronto entre a semântica da ação enquanto expediente de uma hermenêutica narrativista, tal como pensadas por Paul Ricoeur, e os casos desconcertantes, da filosofia e da ficção, de ipseidades dessocorridas pela mesmidade. Em princípio, pretende-se mostrar como a reflexão ricoeuriana sobre a ação e a narração constituem a base de uma antropologia filosófica exequível, centrada na figura de um ser humano capaz de agir, pensar, responder por si e narrar a si próprio. Em seguida, por meio do recurso aos exemplos oferecidos pela filosofia de Jean-Paul Sartre – especialmente apresentada em O ser e o nada – e pelos romances de Robert Musil e Samuel Beckett – O homem sem qualidades (Musil) e a trilogia Molloy, Malone Morre, O inominável (Beckett) –, se intenta exibir, por meio dos conceitos filosóficos e da narrativa de ficção, a relação interna entre a consistência da identidade pessoal, a inteligibilidade da agência e a compreensibilidade narrativa integral do ser humano capaz. Entende-se que Sartre, Musil e Beckett permitem a observação privilegiada desses aspectos por meio de uma via privativa, isto é, por meio da falta das referidas consistência, inteligibilidade e compreensibilidade na experiência pessoal. Nessa perspectiva, se intenta levar o pensamento de Ricoeur sobre a aporética da temporalidade para além dos casos de fato examinados pelo filósofo em Tempo e narrativa. Por meio do confronto crítico com o pensamento de Sartre e as ficções de Musil e Beckett, reunidos aqui sob a rubrica de “pensadores da ontologia negativa”, em especial no que concerne ao estatuto do si-mesmo pessoal, se intenta mostrar, a um só tempo, duas coisas. Primeiramente, que os casos desconcertantes da ipseidade dessocorrida possuem uma função crítica pertinente à hermenêutica narrativista ricoeuriana por auxiliarem, precisamente, a demarcar seus limites. Em segundo lugar, se pretende mostrar como tais pensadores, desafiando a hermenêutica narrativista, a conduzem para o ambiente de uma aporética que é também, segundo o próprio Ricoeur, um ambiente de intensificação da experiência do tempo. Em suma, de um modo mais geral, se intenta mostrar como a antropologia de Ricoeur, se mantendo em um patamar antropológico de maior razoabilidade e verossimilhança com a vida ordinária do que as imagens da existência humana que se depreendem das obras de Sartre, Musil e Beckett, pode se beneficiar dos exercícios de pensamento oferecidos por pensadores da ontologia negativa de uma ipseidade dessocorrida.
Título do Evento
Primeiro Atelier do Fonds Ricœur na América Latina
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Primeiro Atelier do Fonds Ricoeur na América Latina
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Vítor Hugo dos Reis. APORÉTICA DA TEMPORALIDADE E IPSEIDADE DESSOCORRIDA: RICOEUR CONTRA (E COM) PENSADORES DA ONTOLOGIA NEGATIVA.. In: Anais do Primeiro Atelier do Fonds Ricoeur na América Latina. Anais...Sao Paulo(SP) Av. Nazaré, 993, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/atelier-fonds-ricoeur/866389-APORETICA-DA-TEMPORALIDADE-E-IPSEIDADE-DESSOCORRIDA--RICOEUR-CONTRA-(E-COM)-PENSADORES-DA-ONTOLOGIA-NEGATIVA. Acesso em: 25/07/2025

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