André Franco Montoro, falecido há 25 anos (16/7/1999), é um dos brasileiros que mais se distinguiu na vida contemporânea do nosso País, deixando-nos um legado extremamente luminoso.
Teve uma vida centrada e coerente com os valores da família, da fraternidade, do trabalho, da religião, da educação, cultura, direito, diálogo e política. Estudou e vivenciou de perto os problemas das pessoas e das comunidades, num crescendo que partiu da academia paulista e atingiu as relações internacionais. De fato, poucos realizaram uma trajetória de vida tão abrangente: professor universitário, jurista, escritor, vereador, deputado, ministro, senador, governador do maior estado da Federação. Sempre, na política, através do respeito e do voto popular.
Para nós, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), ele tem um significado ainda maior, pois foi um dos fundadores desta universidade (13/agosto/1946), com o apoio do Cardeal-Arcebispo Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta (1890-1982). Aquela semente plantada após uma terrível guerra mundial, e após prolongada ditadura em nosso país, tornou-se um foco de esperança, contribuindo para a formação de uma cultura superior, sempre adaptada às realidades brasileiras. Tendo como pilares a inspiração do Evangelho, a busca do solidarismo cristão encontrou, de um lado o generoso apoio da sociedade, mas de outro lado conheceu também as agruras de perseguições dos inimigos da liberdade e dos direitos humanos, razão pela qual vem se tornando, reconhecidamente e há décadas, um centro de resistência democrática.
Esta exposição e os seminários que a acompanham desejam contribuir para que os jovens estudantes, professores e visitantes se informem e se sintam herdeiros de uma tradição viva, de um rico legado que, para o bem do povo brasileiro, demonstrou que é possível um Brasil lúcido, eficiente, justo, ético, incentivador da fraternidade e da paz. Por isso ele não há de ser esquecido.